quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Mototaxistas são uma ameaça para a sociedade

Assaltos praticados por pessoas que atuam como mototaxistas clandestinos têm sido cada vez mais comuns em Santarém. Essa modalidade ilegal de transporte cresceu de forma descontrolada e hoje, tanto a Secretaria Municipal de Transporte (SMT) como o Pelotão de Trânsito (Ptran), responsáveis pela fiscalização e organização do trânsito do município, encontram dificuldades para retirar das ruas esses trabalhadores que exercem a profissão irregularmente. No ano passado, os motaxistas ilegais lideraram todas as estatísticas dos acidentes registrados na cidade. Foram mais de vinte mortes causadas pela imprudência de pessoas que desconhecem o Código Brasileiro de Trânsito e trafegam em alta velocidade, sem nenhum respeito com a vida alheia. É bem verdade que há muita gente honesta, pais de família que buscam nessa profissão sua única fonte de renda. Porém, a maioria dos mototaxistas clandestinos é de jovens, que fizeram da atividade uma ameaça para a sociedade santarena.

De acordo com a Polícia Civil, existem criminosos travestidos de mototaxistas clandestinos que rodam durante à noite praticando assaltos e outros crimes. Há inúmeros registros de vítimas assaltadas por bandidos que se passam por mototáxi. As ocorrências são mais frequentes nos fins de semana, durante a madrugada, quando a concentração de jovens é maior nas saídas dos clubes e casas de festas. Eles disputam os mesmos espaços ocupados pelos legalizados. Não bastasse isso, nos últimos meses, mais que triplicou o número de pessoas envolvidas com o tráfico de drogas e que se trajam de mototaxistas clandestinos para comercializar material entorpecente nos bairros da cidade. Segundo apurou a reportagem, na periferia, há pontos exclusivos destinados à categoria, que serve unicamente ao tráfico.

Para a polícia é preocupante o aumento do número de pessoas exercendo uma atividade ilegal que virou alvo dos marginais e que se tornou também uma grande ameaça para a população, pois o cidadão de bem não tem como distinguir um trabalhador de um bandido. Apesar das constantes denúncias feitas contra a classe clandestina, eles resistem e se proliferam por toda a cidade, aumentando também os riscos para a sociedade.


Legalizados também estão na mira da polícia
Não são apenas os mototaxistas clandestinos que se tornaram uma ameaça para a sociedade santarena. De uns tempos pra cá, o serviço de inteligência da polícia passou a monitorar também alguns mototáxis legalizados suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas no município. As investigações policiais resultaram recentemente na prisão de duas pessoas ligadas à categoria credenciada pela Prefeitura. O primeiro mototaxista legalizado preso pela polícia foi Josivaldo Rabelo dos Santos, conhecido como “Josa”, apontado como o chefe do tráfico no bairro do Caranazal. Esta semana, o auxiliar de mototáxi Charlison Alexandre Frota de Freitas, vulgo 'Bad Boy', também foi preso durante uma operação no bairro do Santo André. Ele estava com o veículo de número 074 e foi flagrado transportando droga para traficantes. Nestes dois casos, ficou explícito o envolvimento dos acusados com o tráfico de drogas. "Eles usavam a profissão para praticar os atos ilícitos", disseram os agentes do NAI (Núcleo de Apoio à Investigação).

Os dirigentes do sindicato da categoria informaram à imprensa que os dois casos foram situações isoladas e que a entidade repudia o uso do serviço de mototáxi como fachada para a ação de bandidos. Segundo apurou a reportagem do Jornal Tribuna, alguns permissionários titulares, donos das placas, sem informar ou consultar o sindicato, alugam as motos para terceiros, pessoas que não têm ligação alguma com a entidade, que por sua vez não tem como fiscalizar e coibir essa prática. Geralmente, a locação ilegal do veículo é feita pelo titular a amigos ou parentes. "Muitos colegas dispensaram o auxiliar, que era reconhecido pela SMT e pelo sindicato, para alugar a moto para terceiros, pois eles lucram mais com a locação do veículo, principalmente à noite, quando estão de folga. O problema é que não existe nenhum critério ou cuidado do dono da placa em ceder sua moto para pessoas sem habilitação ou até mesmo um criminoso. Por causa da condição do serviço legalizado, as motos brancas não são paradas em blitz ou pela polícia, só em caso de placa vencida", contou um mototaxista que pediu para não ter o nome citado.

Para ele, a profissão corre sério risco de cair no descrédito junto à população se não houver maior fiscalização pela SMT, no sentido de identificar quem de fato está atuando na legalidade.